7 de jun. de 2009

O tempo passou , mas está apenas começando.

Passamos a primeira fase e com isso ganhamos mais experiência queridos acadêmicos. Façamos do próximo semestre um período de aprendizado mais maduro e cooperado entre todos.
Até breve.

Grupo Macunaíma

20 de mai. de 2009

Concordância Verbal e Nominal

Observe:
As crianças estão animadas.
Crianças animadas.
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
a) Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Por Exemplo:
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a idéia.Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:
Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.
Obs.: Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe:
Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olímpíadas.
Obs.: Quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:
Por Exemplo:
Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.
Exemplos:
Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica do mundo.Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.As Minas Gerais são insequecíveis.Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:
Quais de nós são / somos capazes?Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
Obs.: Veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular.
Por Exemplo:
Qual de nós é capaz?Algum de vós fez isso.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo.
Exemplos:
25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.1% do eleitorado aceita a mudança.1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Veja:
25% querem a mudança.1% conhece o assunto.
6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu que paguei a conta.Fomos nós que pintamos o muro.És tu que me fazes ver o sentido da vida.Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.
7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural.
Por Exemplo:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

Atenção:
A tendência, na linguagem corrente, é a concordância no singular. O que se ouve efetivamente, são construções como:
"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".
Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:
"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."
A análise da construção acima torna evidente que a forma no singular é inadequada. Assim, as formas aceitáveis são:
" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma."" Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um".

8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu quem pagou a conta / Fui eu quem paguei a conta.Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
Vossa Excelência é diabético?Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: Por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;Fazer indicando tempo;Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.Faz dois meses que não vejo meu pai.Chovia ontem à tarde.


b) Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:
Exemplos:
Pai e filho conversavam longamente. Sujeito
Pais e filhos devem conversar com freqüência. Sujeito
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. Primeira Pessoa do Plural (Nós)Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Segunda Pessoa do Plural (Vós) Pais e filhos precisam respeitar-se. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Obs.: Quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação.
Por Exemplo:
Faltaram coragem e competência.Faltou coragem e competência.
4) Quando ocorre idéia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.


3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.
Por Exemplo:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural também seja praticado.
Por Exemplo:
Um e outro compareceu / compareceram à festa.Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao de "e". Veja:
O pai com o filho montaram o brinquedo.O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a idéia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Obs.: Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho." "O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só... mas ainda", "não somente"..., "não apenas... mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

Outros Casos
1) O Verbo e a Palavra "SE"
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância verbal:
a) quando é índice de indeterminação do sujeito; b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.Confia-se em teses absurdas.Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.Construíram-se novos postos de saúde.Não se pouparam esforços para despoluir o rio.Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.


2) O Verbo "Ser"
A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver no plural.
Exemplos:
Isso são lembranças inesquecíveis.Aquilo eram problemas gravíssimos.O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo no plural.
Exemplos:
Nosso piquenique foram só guloseimas. Sujeito Predicativo do Sujeito Sua rotina eram só alegrias.Sujeito Predicativo do Sujeito
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito.
Por Exemplo:
Gustavo era só decepções.Minhas alegrias é esta criança.
Obs.: Admite-se a concordância no singular quando se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro.
Por Exemplo:
A vida
é ilusões.
c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem.
Por Exemplo:
Que são esses papéis?Quem são aquelas crianças?


d) Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o verbo ser concorda com o numeral.
Exemplos:
É uma hora.São três da manhã.Eram 25 de julho quando partimos.Daqui até a padaria são dois quarteirões.
Saiba que:
Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes concordâncias:
1) No singular: Concorda com a palavra explícita dia.
Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março.
2) No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra explícita dia.
Por Exemplo: Hoje são quatro de março.
3) No singular: Concorda com a idéia implícita de dia.
Por Exemplo: Hoje é quatro de março.
e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de, etc. , o verbo ser fica no singular.
Exemplos:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Duas semanas de férias é muito para mim.
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo.
Por Exemplo: No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós.
Obs.: Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o pronome sujeito.
Por Exemplo:
Eu não sou ela.Ela não é eu.
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo ser concordará com o predicativo.
Por Exemplo:
A grande maioria no protesto eram jovens.O resto foram atitudes imaturas.


3) O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.
Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: A primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

4) A Expressão "Haja Vista"
A expressão haja vista admite as seguintes construções:
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).
Por Exemplo:
Haja vista as lições dadas por ele.( = por exemplo)Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)
b) O verbo haver pode variar(desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Por Exemplo:
Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)



Pronomes Pessoais


São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para fazer referência a pessoa ou pessoas de quem fala.

Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.

Pronome Reto

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.

Por exemplo:

Nós lhe ofertamos flores.

Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:

- 1ª pessoa do singular: eu

- 2ª pessoa do singular: tu

- 3ª pessoa do singular: ele, ela

- 1ª pessoa do plural: nós

- 2ª pessoa do plural: vós

- 3ª pessoa do plural: eles, elas

Atenção: Esses pronomes não costumam ser usados como complementos verbais na língua-padrão. Frases como "Vi ele na rua" , "Encontrei ela na praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui".

Obs.: Freqüentemente observamos a omissão do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto.

Por exemplo:

Fizemos boa viagem. (Nós)

Pronome Oblíquo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal .

Por exemplo:

Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)

Obs.: Em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração.

Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos

Pronome Oblíquo Átono

São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição.
Possuem acentuação tônica fraca.
Por exemplo:
Ele me deu um presente.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Observações:
O lhe é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome o ou a e preposição a ou para. Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos como objetos indiretos.
Os pronomes o, as, os e as atuam exclusivamente como objetos diretos.
Saiba que:
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, llhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem:
- Trouxeste o pacote?
- Não contaram a novidade a vocês?
- Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- Não, não no-la contaram.
No português do Brasil, essas combinações não são usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
Atenção:
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida.
Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas.
Por exemplo:
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas


Pronome Oblíquo Tônico

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.
Atenção:
Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.
Por exemplo:
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.
- A combinação da preposição "com" e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos freqüentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Por exemplo: Ele carregava o documento consigo.
- As formas "conosco" e "convosco" são substituídas por "com nós" e "com vós" quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Por exemplo:
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Pronome Reflexivo
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Por exemplo:
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Por exemplo:
Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Por exemplo:
Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.
- 1ª pessoa do plural (nós): nos.
Por exemplo:
Lavamo-nos no rio.
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Por exemplo:
Vós vos beneficiastes com a Boa Nova.
Por exemplo:
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
Por exemplo:
Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta se manifesta quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no quadro seguinte:
Pronomes de Tratamento
Vossa Alteza
V. A.
príncipes, duques
Vossa Eminência
V. Ema.(s)
cardeais
Vossa Reverendíssima
V. Revma.(s)
sacerdotes e bispos
Vossa Excelência
V. Exª (s)
altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência
V. Mag. ª(s)
reitores de universidades
Vossa Majestade
V. M.
reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial
V. M. I.
Imperadores
Vossa Santidade
V. S.
Papa
Vossa Senhoria
V. S.ª (s)
tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência
V. O.
Deus
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. "O senhor" e "a senhora" são empregados no tratamento cerimonioso; "você" e "vocês", no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões , a forma tu é de uso freqüente, em outras, é muito pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : Os pronomes de tratamento com "Vossa(s)" são empregados em relação à pessoa com quem falamos:
Por exemplo:
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
Com "Sua(s)" são empregados, quando falamos a respeito da pessoa:
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
b) 3ª pessoa: Os pronomes de tratamento são da 3ª pessoa; portanto, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Por exemplo:
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
c) Uniformidade de Tratamento: Quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.

Por exemplo:
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (corrreto)

Regência Verbal e Nominal

Definição:

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

REGÊNCIA VERBAL

Termo Regente: VERBO

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe:
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".
Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô.Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.


Verbos Intransitivos


Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

a) Chegar, Ir

Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para.
Exemplos:
Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar. Ricardo foi para a Espanha. Adjunto Adverbial de Lugar
Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.
Importante: Reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:
Cheguei a Roma em outubro. Adjunto Adverbial de Tempo. Chegamos no trem das dez. Adjunto Adverbial de Meio

b) Comparecer

O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Por Exemplo:
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em –r, -s ou –z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros:
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.Amo aquela moça. / Amo-a.Amam aquele rapaz / Amam-no.Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Obs.: Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
Exemplos:
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:

a) Consistir
Tem complemento introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

b) Obedecer e Desobedecer:
Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".
Por Exemplo:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.Eles desobedeceram às leis do trânsito.

c) Responder
Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou "ao que" se responde.
Por Exemplo:
Respondi ao meu patrão.Respondemos às perguntas.Respondeu-lhe à altura.
Obs.: O verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja:
O questionário foi respondido corretamente.Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

d) Simpatizar e Antipatizar
Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".
Por Exemplo:
Antipatizo com aquela apresentadora.Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos:

Abdicar
Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo.
Acreditar
Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força.
Almejar
Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações.
Ansiar
Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas.
Anteceder
Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos.
Atender
Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.
Atentar
Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.
Cogitar
Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos de uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.
Consentir
Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas.
Deparar
Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha.
Gozar
Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.
Necessitar
Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação.
Preceder
Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de regime.
Presidir
Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro.
Renunciar
Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.
Satisfazer
Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe.
Versar
Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.


Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Agradeço aos ouvintes a audiência. Objeto Indireto Objeto DiretoCristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. Objeto Direto Objeto IndiretoPaguei o débito ao cobrador. Objeto Direto Objeto Indireto
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.Agradeço a você. / Agradeço-lhe.Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.Paguei minhas contas. / Paguei-as.Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Saiba que:
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto, mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:
A empresa não paga aos funcionários desde setembro.Já perdoei aos que me acusaram.Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Por Exemplo:
Informe os novos preços aos clientes.Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)
Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)
Obs.: A mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento indireto.
Por Exemplo:
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Por Exemplo:
Pedi – lhe favores. Objeto Indireto Objeto Direto Pedi– lhe que mantivesse em silêncio.Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
Saiba que:
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Por Exemplo:
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.Prefiro trem a ônibus.
Obs.: Na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).

Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado

Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso lingüístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:

AGRADAR
1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.

Por Exemplo:

Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê.Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição "a".

Por Exemplo:
O cantor não agradou aos presentes.O cantor não lhes agradou.
ASPIRAR
1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.
Por Exemplo:
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.
Por Exemplo:
Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas)
Obs.: Como o objeto direto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele(s)", " a ela(s)". Veja o exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
ASSISTIR
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.
Por Exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Exemplos:
Assistimos ao documentário.Não assisti às últimas sessões.Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: No sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
Assistimos numa conturbada cidade.

CHAMAR
1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.
Por exemplo:
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.
Exemplos:
A torcida chamou o jogador mercenário.A torcida chamou ao jogador mercenário.A torcida chamou o jogador de mercenário.A torcida chamou ao jogador de mercenário.
CUSTAR
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.
Por exemplo:
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto.
Por exemplo:
Muito custa viver tão longe da família. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Intransitivo Reduzida de InfinitivoCusta-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Indireto Reduzida de Infinitivo
Obs.: A Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:
Custei para entender o problema. Forma correta: Custou-me entender o problema.
IMPLICAR
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) dar a entender, fazer supor, pressupor
Por exemplo:
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como conseqüência, trazer como conseqüência, acarretar, provocar
Por exemplo:
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver
Por exemplo:
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
Obs.: No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".
Por Exemplo:
Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

PROCEDER
1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
Exemplos:
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.Você procede muito mal.
2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição" de") e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto.
Exemplos:
O avião procede de Maceió.Procedeu-se aos exames.O delegado procederá ao inquérito.
QUERER
1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.Queremos um país melhor.
2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.
Exemplos:
Quero muito aos meus amigos.Ele quer bem à linda menina.Despede-se o filho que muito lhe quer.
VISAR
1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Por Exemplo:
O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque.
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".
Exemplos:
O ensino deve sempre visar ao progresso social.Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.


5 de mai. de 2009

CRASE

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Observe:

Vou a a igreja.Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.
Observe os outros exemplos:

Conheço a alunaRefiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a"(s) ou de um pronome demonstrativo "a"(s) após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Veja os exemplos:
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.
2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na(s), da(s), pela(s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos::
- Penso na aluna.- Apaixonei-me pela aluna.
- Começou a brigar.
- Cansou de brigar.- Insiste em brigar.- Foi punido por brigar.- Optou por brigar.
Atenção: Lembre-se sempre que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a"(s), não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
- diante de substantivos masculinos:
Andamos a cavalo.Fomos a pé.Passou a camisa a ferro.Fazer o exercício a lápis.Compramos os móveis a prazo.Assisitimos a espetáculos magníficos.
- diante de verbos no infinitivo:
A criança começou a falar.Ela não tem nada a dizer.Estavam a correr pelo parque.Estou disposto a ajudar.Continuamos a observar as plantas.Voltamos a contemplar o céu.
Obs.: Como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.Entreguei a todos os documentos necessários.Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.Isso não interessa a nenhum de nós.Aonde você pretende ir a esta hora?Agradeci a ele, a quem tudo devo.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)
- diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos.Daqui a uma semana começa o campeonato.
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- diante de palavras femininas:
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.Sempre vamos à praia no verão.Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.Sou grata à população.Fumar é prejudicial à saúde.Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
- diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. Usava sapatos à (moda de) Luis XV.Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.Elas chegaram às dez horas.Foram dormir à meia-noite.Ele saiu às duas horas.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que paticipam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde
às ocultas
às pressas
à medida que
à noite
às claras
às escondidas
à força
à vontade
à beça
à larga
à escuta
às avessas
à revelia
à exceção de
à imitação de
à esquerda
às turras
às vezes
à chave
à direita
à procura
à deriva
à toa
à luz
à sombra de
à frente de
à proporção que
à semelhança de
às ordens
à beira de
Crase diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:

Retornarei à São Paulo dos bandeirantes.Irei à Salvador de Jorge Amado.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele(s), Aquela(s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:
Refiro-me
a
aquele
atentado.
Preposição
Pronome
Refiro-me àquele atentado.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.
Observe este outro exemplo:
Aluguei aquela casa.
O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.Quero agradecer àqueles que me socorreram.Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.Não obedecerei àquele sujeito.Assisti àquele filme três vezes.Espero aquele rapaz.Fiz aquilo que você disse.Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer.Esta foi a conclusão à qual ele chegou.Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.A sessão à qual assisti estava vazia.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.Meu luto é ligado ao do meu país.As orações são semelhantes às de antes.Os exemplos são semelhantes aos de antes.Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.Suas perguntas são superiores às dele.Seus argumentos são superiores aos dele.Sua blusa é idêntica à de minha colega.Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A Palavra Distância

Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:
Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (a palavra está determinada)Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (a palavra está especificada)
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:
Os militares ficaram a distância.Gostava de fotografar a distância.Ensinou a distância.Dizem que aquele médico cura a distância.Reconheci o menino a distância.
Observação: Por motivo de clareza, para evitar ambigüidade, pode-se usar a crase. Veja:
Gostava de fotografar à distância.Ensinou à distância.Dizem que aquele médico cura à distância.
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

- diante de nomes próprios femininos:

Observação: É facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita
Laura é minha amiga.
A Paula é muito bonita.
A Laura é minha amiga.
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Entreguei o cartão a Paula.
Entreguei o cartão a Roberto.
Entreguei o cartão à Paula.
Entreguei o cartão ao Roberto.
Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada.
Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada.
Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada.
Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada.
- diante de pronome possessivo feminino:
Observação: É facultativo o uso da crase diante de pronomes possesivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Minha avó tem setenta anos.
Minha irmã está esperando por você.
A minha avó tem setenta anos.
A minha irmã está esperando por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Cedi o lugar a minha avó.
Cedi o lugar a meu avô.
Cedi o lugar à minha avó.
Cedi o lugar ao meu avô.
Diga a sua irmã que estou esperando por ela.
Diga a seu irmão que estou esperando por ele.
Diga à sua irmã que estou esperando por ela.
Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.
- depois da preposição até:
Fui até a praia.
ou
Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta.
ou
Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde.
ou
A palestra vai até às cinco horas da tarde

1 de mai. de 2009

O que é resumo?

Resumir é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um certo conteúdo. Isto significa reduzir a termos breves e precisos a parte essencial de um tema. Saber fazer um bom resumo é fundamental no percurso acadêmico de um estudante em especial por lhe permitir recuperar rapidamente idéias, conceitos e informações com as quais ele terá de lidar ao longo de seu curso.
Em geral um bom resumo deve ser:

Breve e conciso: no resumo de um texto, por exemplo, devemos deixar de lado os exemplos dados pelo autor, detalhes e dados secundários
Pessoal: um resumo deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o resultado da sua leitura de um texto

Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as idéias centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo. Assim, as idéias devem ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo uma relação entre elas. O texto do resumo deve ser compreensível.
O resumo tem várias utilizações. Isto significa também que existem vários tipos de resumo. Você irá encontrar resumos como parte de uma monografia, antes de um artigo, em catálogos de editoras, em revistas especializadas, em boletins bibliográficos, etc. Por isso, antes de fazer um resumo você deve saber a que ele se destina, para saber como ele deve ser feito. Em linhas gerais, costuma-se dizer que há 3 tipos usuais de resumo: o resumo indicativo, o resumo informativo e o resumo crítico (ou resenha).
Resumo Indicativo ou Descritivo

Também conhecido como abstract (resumo, em inglês), este tipo de resumo apenas indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos como exemplos, dados qualitativos ou quantitativos, etc. Um bom exemplo deste tipo de resumo são as sinopses de filmes publicadas nos jornais. Ali você tem apenas uma idéia do enredo de que trata o filme.

Resumo Informativo ou Analítico


Também conhecido, em inglês, como summary, este tipo de resumo informa o leitor sobre outras características do texto. Se o texto é o relatório de uma pesquisa, por exemplo, um resumo informativo não diz apenas do que trata a pesquisa (como seria o resumo indicativo), mas informa as finalidades da pesquisa, a metodologia utilizada e os resultados atingidos. Um bom exemplo disto são os resumos de trabalhos científicos publicados nos anais de congressos, como os da SBPC.
A principal utilidade dos resumos informativos no campo científico é auxiliar o pesquisador em suas pesquisas bibliográficas . Imagine-se procurando textos sobre seu tema de pesquisa. Quais você deve realmente ler? Para saber isso, procure um resumo informativo de cada texto.
O QUE É RESENHA?
MARTINS, Ronaldo

Você já deve saber que o que nós chamamos "texto" corresponde a um conjunto de coisas bastante diversas. Sua certidão de nascimento, um bilhete deixado na porta da geladeira, um editorial publicado em um jornal, o romance à venda nas livrarias, as falas de uma personagem em uma telenovela, tudo é "texto". Percebe-se, então, o quanto é problemática a definição do que é "texto". Somos mesmo tentados a dizer que qualquer conjunto (ordenado) de palavras ou frases constitui um texto, mas o que se observa é que em geral um texto é muito mais do que isso. Uma certidão de nascimento não é apenas um conjunto ordenado de frases sobre o lugar e a data do seu nascimento e quem são seus pais e avós: essas coisas devem ser ditas de determinada forma, bastante rígida, e assinadas por um tabelião, para que a certidão tenha valor legal. O mesmo acontece com todos os outros tipos de texto. Um conjunto ordenado de frases sobre determinado tema não garante ao editor um editorial: é preciso que esse conjunto ordenado de frases convença o leitor de alguma coisa, pois é exatamente para isso que servem os editoriais. Um bilhete na geladeira que diga apenas "Fui lá com ela e volto em dez minutos" somente se torna interpretável se o leitor compartilha com o autor os referentes de lá, ela, e do momento em que o bilhete foi escrito; se isso não acontece, o bilhete não cumpre a sua função. Enfim: há regras socialmente estabelecidas para a produção de textos, e elas variam de acordo com o tipo de texto a ser produzido. Infringir essas regras pode significar, em muitos casos, produzir textos sem valor legal (caso das certidões, procurações, atas, acordos, etc.) ou produzir textos que não servem para nada (bilhetes que nada informam, ou editorais que não convencem ninguém, por exemplo).
Tudo isso vale também para as resenhas. Assim como para todos os outros textos, há regras para a produção de resenhas. Se você quer que as suas resenhas efetivamente resenhem alguma coisa, se você quer que as suas resenhas possam ser publicadas, se você quer receber boas notas do professor pelas suas resenhas, é fundamental que você siga as regras. Essas regras não são tão rígidas quanto as que governam a produção de textos legais (atas e certidões, por exemplo), e é possível que você encontre interpretações divergentes para as mesmas regras dentro de sua própria Faculdade. Mas é importante que você perceba que, ainda que vagas, as regras existem, e são essas regras que definem o que é e o que não é uma (boa) resenha.

1. O que é uma resenha?

Resenha, ou recensão, é, segundo o dicionário, uma "apreciação breve de um livro ou de um escrito" . A definição do dicionário pode ser dividida em três partes, que devem servir de orientação para que você possa entender o que é uma resenha. A primeira parte está representada pela palavra "apreciação"; a segunda parte é a que concerne ao adjetivo "breve"; e a terceira e última parte diz respeito ao sintagma "de um livro ou de um escrito".
O primeiro elemento a ser destacado nas resenhas é o fato de que tratam, todas elas, de uma apreciação. Ou seja, a resenha tem por finalidade:
(1) fazer uma análise, um exame; e (2) emitir um julgamento, uma opinião. O objetivo da resenha é, pois, duplo. A resenha pretende decompor o objeto resenhado em suas unidades constituintes, proceder a um exame pormenorizado, investigá-lo a fundo; e, a partir dessa análise, a resenha deve se posicionar em relação ao objeto resenhado, deve julgá-lo, avaliá-lo. É importante que você perceba que esses dois objetivos estão combinados: para que você tenha elementos para julgar alguma coisa, é preciso que seja feita antes uma análise; e a finalidade da análise é exatamente fornecer elementos para o julgamento. Na resenha, esses dois objetivos são solidários: um não existe sem o outro.
O segundo elemento presente na definição é o adjetivo "breve". A resenha é um texto rápido, pequeno. Você deve fazer a análise e emitir o julgamento em um tempo consideravelmente restrito (geralmente em torno de duas a três laudas em espaço duplo). Isso não significa que sua análise deva ser rasa, superficial, ou que o seu julgamento possa ser precipitado. Não é isso. A principal implicação das limitações de tempo e espaço é que você deve ser seletivo. Você sabe, desde o início, que não vai conseguir esgotar a obra, investigar todos os seus pontos, examinar tudo pormenorizadamente. Logo, você deve eleger um ou outro aspecto mais saliente do texto para análise, deve investigar em detalhe apenas um dos pontos do objeto resenhado, em vez de tentar dar conta de tudo. Mas é importante que a sua escolha recaia sobre um ponto efetivamente relevante do texto, como a tese do autor ou um de seus principais argumentos.
Por fim, a definição apresenta um terceiro elemento, a expressão "de um livro ou de um escrito". Este é um ponto controverso, porque o uso normal das resenhas ultrapassa muito o texto escrito. É extremamente comum encontrarmos hoje nos jornais resenhas de discos e filmes. O objeto da resenha não é, portanto, apenas um texto escrito. Em princípio, qualquer objeto é passível de uma apreciação nos moldes de uma resenha. O que é importante perceber aqui é que todas as resenhas têm um ponto de partida bastante definido. Trata-se de um outro texto, ou de uma obra qualquer. Fazem-se resenhas de textos e obras, e não de temas. Quando um professor pede a você que faça uma resenha de um texto X sobre um tema Y, ele não quer que você faça uma análise e emita uma opinião sobre o tema Y; o que se pede é que você examine e julgue o texto X. Perceba a diferença: o professor não está querendo saber a sua opinião sobre o tema Y, mas sobre o texto X. Você não deve jamais se esquecer do texto que serve de ponto de partida para a resenha: esse texto é a própria razão de ser da sua resenha. Você deve retomá-lo sempre, você deve dialogar com o autor do texto. Nas resenhas há mesmo um resumo do texto, em que você recupera as idéias centrais do autor. Mas não confunda: resenha não é resumo; o resumo é apenas uma parte da resenha, que tem pelo menos duas outras partes: a parte da análise do texto e a parte do julgamento do texto.
Por tudo o que foi dito, podemos dizer que resenha é um tipo de texto em que há, concomitantemente, exigências de forma e de conteúdo:

Exigências de conteúdo

a) Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação das principais idéias do autor;
b) Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista;
c) Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no item b).

Exigências de forma

d) A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até três laudas de papel A4 com espaçamento duplo;
e) A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por exemplo);
f) A resenha deve sempre indicar a obra que está sendo resenhada.


2. Quais são os tipos de resenha?

Agora que você já sabe o que é uma resenha, é importante que saiba também que há pelo menos dois tipos de resenha: a resenha descritiva, também chamada técnica, ou científica; e a resenha crítica, também conhecida como opinativa. Nos dois casos, observam-se as mesmas exigências quanto à forma e quanto ao conteúdo listadas no item anterior; o que as diferencia é a natureza do julgamento proferido acerca do texto.
No item anterior, você pôde perceber que toda resenha deve conter (a) um resumo, (b) uma análise, e (c) um julgamento. Você pôde ver também que o resumo deve trazer as principais idéias do autor do texto, e que a análise deve decompor pelo menos uma dessas idéias em suas partes constituintes. Os dois procedimentos são equivalentes para todas as resenhas. No entanto, há uma terceira parte, o julgamento, que pode assumir significados bastante diferenciados: o julgamento pode ser entendido como um julgamento de valor, em que se afirma a qualidade do texto (se o texto é bom ou ruim, se vale a pena a leitura ou não); ou o julgamento pode ser entendido como um julgamento de verdade, em que se discute se o autor tem razão ou não, se o que ele diz faz ou não sentido. Os dois julgamentos são próximos, e estão mesmo relacionados, mas é preciso diferenciá-los, para que você possa entender exatamente a diferença entre uma resenha descritiva e uma resenha crítica. Perceba que um bom texto pode conter várias imprecisões e inverdades, e que um mau texto não contém necessariamente idéias mal desenvolvidas. A qualidade de um texto geralmente depende de sua consistência, mas nem sempre isso acontece.
Talvez um exemplo o ajude a entender a separação. Considere um texto literário, um conto de Machado de Assis (O Alienista) que procura discutir a idéia de loucura no final do século XIX, por exemplo. Há duas formas de julgar esse texto: (1) avaliar o seu valor literário, dizer se o texto é bom ou ruim, se foi ou não bem escrito; e (2) avaliar a pertinência das idéias do autor, a sua clareza, a sua consistência, se as idéias de fato são verdadeiras, se de fato são aplicáveis àquilo que o autor pretende. No primeiro caso, estaríamos diante de uma resenha crítica. É mais ou menos o que acontece sempre que é lançado um novo romance, um novo filme, um novo disco. Há sempre alguém (um resenhista) que ocupa um espaço nos jornais para fazer a apreciação da nova obra. Procure nos jornais (geralmente no caderno de cultura) e perceba: faz-se um resumo da obra (do enredo do livro ou do filme, das músicas que compõem o CD), elegem-se alguns pontos para análise (a qualidade da escrita, a atuação de uma atriz, os arranjos de uma música), e julga-se a obra (classificando-a em excelente, boa, regular, ruim, péssima, e recomendando-a ou não ao leitor, através das carinhas (que ora sorriem, ora dormem), do bonequinho (que ora aplaude, ora abandona o cinema no meio da sessão), ou de qualquer outro indicador de qualidade). No caso do texto de Machado de Assis, diríamos então que se trata de um texto bom, bem escrito, interessante, que vale a pena ser lido, e colocaríamos um bonequinho aplaudindo. E teríamos feito uma resenha crítica.
Imagine agora que procedêssemos à segunda forma de julgamento, que avaliássemos a pertinência das idéias do autor, e não a qualidade do texto. Não se trata mais de dizer se o texto é bom ou ruim, se é bem escrito ou não, se merece uma carinha sorrindo ou um bonequinho deixando a sessão. A questão aqui é outra. Deveríamos discutir se as idéias do autor são ou não são válidas. Discutiríamos, por exemplo, se o que se passa com a personagem principal é ou não verossímil, se o autor foi ou não foi fiel às instituições que pretendia retratar, se as conclusões que o autor retira do episódio são ou não pertinentes. Faríamos, enfim, um julgamento de verdade do texto: se o texto é verdadeiro (no sentido de conter uma verdade) ou não. Este tipo de resenha é menos comum nos jornais, e está geralmente restrito às publicações mais técnicas. Quando alguém divulga os resultados de uma pesquisa, por exemplo, há sempre alguém que comenta os resultados atingidos: se a metodologia foi correta ou não, se os resultados são ou não são confiáveis, se a pesquisa é ou não relevante. Esta é basicamente a tarefa de uma resenha descritiva. No caso de O Alienista poderíamos discutir, por exemplo, se a situação dos asilos, como o descrito por Machado, era realmente aquela, ou se o autor faz uma descrição grosseira, fora da realidade. Ou poderíamos discutir se os médicos eram efetivamente dotados da autoridade de internar toda a cidade, como supõe Machado de Assis no texto.
Perceba as diferenças entre as duas propostas. O mesmo texto (de Machado de Assis) poderia conduzir a uma resenha crítica positiva (que julga a qualidade do texto) e a uma resenha descritiva negativa (que julga a verdade do texto). No primeiro caso, reconhece-se que é um bom texto, agradável de ler, instigante, prazeroso. No segundo caso, admite-se que o texto não é fundamentado, que apresenta uma visão apenas caricatural da loucura no século XIX. Um não compromete o outro, e são duas coisas diferentes.
É preciso ter em mente, portanto, que há dois tipos de resenha, que cumprem a objetivos diferentes, e que essa diferença está relacionada à maneira como se entende a idéia de "julgamento". Em resumo, pode-se dizer que:

Resenha descritiva, científica, técnica, é aquela cujo objetivo é julgar a verdade das proposições (idéias) do autor, investigar a consistência de seus argumentos e a pertinência de suas conclusões. Responde basicamente à pergunta: O que o autor diz faz sentido?

Resenha crítica, opinativa, é aquela cujo objetivo é julgar o valor do texto, a sua beleza, a sua relevância. Responde basicamente à pergunta: O texto é bom?

Em ambos os casos, é importante salientar que esses julgamentos (de valor ou de verdade) devem ser sustentados por elementos retirados do texto através de sua análise. É importante ter cuidado: não restrinja a resenha ao julgamento. O julgamento do texto é apenas uma parte; lembre-se que toda resenha deve conter resumo e análise do texto que serve de ponto de partida.

3. Como se faz uma resenha?

É importante saber que não há fórmulas mágicas, macetes ou receitas prontas sobre como fazer uma resenha. Como todos os outros tipos de texto, é alguma coisa que aprendemos por experiência e erro, treinando, fazendo. Serão muitos exercícios de resenha até você poder produzir boas resenhas, e o importante é não desanimar nesse trajeto. Para aqueles que, apesar de tudo o que viram, ainda não sabem por onde começar, seguem algumas dicas para uma resenha descritiva:

1) Leia o texto que serve de ponto de partida para a resenha. É o primeiro passo e o fundamental. A qualidade da sua resenha depende, em grande medida, da qualidade da leitura que você fizer desse texto. Se necessário, leia mais de uma vez.

2) Faça um resumo do texto. Selecione as idéias principais do autor do texto e monte um outro texto, seu. Mas cuidado: resumo não é cópia de alguns trechos do texto, com as palavras do autor. Resumo é um outro texto, um texto seu, em que você diz o que entendeu do texto, e quais são as idéias principais do autor. Se você não sabe ainda como resumir um texto, pense em como você o apresentaria para alguém que estivesse acabando de chegar em sala e lhe perguntasse: Sobre o que é esse texto que você está lendo? Outra estratégia interessante é ler o texto em um dia e tentar resumi-lo alguns dias depois. As idéias de que você conseguir lembrar serão seguramente as principais idéias do autor. Se você não conseguir lembrar de nada a respeito do texto, você não o entendeu. Volte ao texto e o leia novamente.

3) Eleja uma entre as principais idéias do texto. Todo texto contém várias idéias, que estão postas em uma hierarquia. Há idéias principais e há idéias secundárias, periféricas. Eleja uma idéia principal.

4) Analise a idéia escolhida. Procure traçar quais são os seus pressupostos, o que o autor pressupõe para formular essa idéia. Procure traçar também as suas implicações, as conseqüências que se pode retirar dessa idéia. Verifique quais as relações que a idéia estabelece no texto, com quais outras idéias ela dialoga.

5) Emita um julgamento de verdade a respeito dessa idéia. Ela é verdadeira ou não? Se é verdadeira, por quê? Se é falsa, por quê? Procure responder a essas perguntas com outros argumentos que não os usados pelo autor do texto. Por exemplo, se o autor diz que "ninguém é normal" e usa como argumento a colocação de que "o conceito de "normal" é muito relativo", não responda que essa idéia é verdadeira porque "o conceito de normal é muito relativo"; você estaria apenas repetindo o autor do texto. É crucial que o julgamento seja "seu", e não uma mera reprodução do que o autor pensa. Olhe para a maneira como o autor usa os conceitos, procure definir o que significa "relativo" para o autor e, aí sim, decida.

6) Faça tudo isso antes de começar a redigir o texto. Use um rascunho, se necessário. Apenas depois de resolvidos os passos de 1 a 5 é que você estará pronto para escrever o texto, e decidir sobre a sua organização. Não há ordem predeterminada: você pode começar o texto pela sua conclusão, e depois explicá-la para o leitor (através da análise) e terminar por uma apreciação mais genérica do texto (o resumo); ou você pode começar pelo resumo, passar à análise e, em seguida, ao julgamento; ou você pode misturar as três coisas. É você que decide. O importante é que seu texto tenha organização, e unidade. Enfim, que não seja apenas um amontoado de parágrafos sobre o texto que está sendo resenhado.

24 de abr. de 2009

Revisão de Textos

Entende-se por revisão o processo de leitura crítica na qual o escritor questiona seu texto quanto ao conteúdo, organização e linguagem. Ao rever e ao reescrever o texto ele escolhe, entre as inúmeras possibildades oferecidas pela língua para transmitir uma informação, aquela que, dentro do contexto, é mais adequada, precisa e clara.
Avaliando o texto
No processo de composição de um texto, são necessários dois posicionamentos distintos por parte daquele que o escreve. Primeiramente, o escritor atua como emissor da mensagem. Num segundo momento, ao ler o que foi escrito, torna-se leitor crítico do próprio texto. A avaliação do texto consiste em julgar se os objetivos propostos foram atingidos. A leitura crítica deve analisar os seguintes aspectos:

1 - O texto atende ao objetivo proposto?
2 - As ideias estão expressas com clareza?
3 - Predomina no texto uma ideia central?
4 - Há ligação entre as partes do texto?

As respostas a essas perguntas podem direcionar o revisor para a melhora do texto, possibilitando:
- a introdução de mudanças em alguma parte que não lhe pareça suficientemente clara;
- eliminar, acrescentar ou ampliar alguma informação;
- alterar a ordem de algum bloco de informações.

Corrigindo o texto

Durante o processo de escrita, é possível que o autor do texto tenha cometido erros de pontuação, ortografia, acentuação, concordância, imprecisão de vocabulário, etc. Nesse caso, a revisão tem o objetivo de identificar e corrigir esses possíveis erros. É necessário estar atento, observando os itens a seguir:

1 - As palavras estão grafadas e acentuadas corretamente? Se houver dúvida, consulte um dicionário ou substitua a palavra por outra sinônima.
2 - O texto está bem pontuado? Para facilitar, evite frases muito longas.
3 - Há algum erro de concordância?
4 - Há alguma impropriedade quanto ao vocabulário?

A revisão textual costuma levar em conta os seguintes aspectos:

1 - ESTÉTICA

A estética está relacionada à aparência do texto. Os aspectos gráficos são importantes, pois proporcionam legibilidade aos textos. Veja a seguir os cuidados a serem tomados com textos manuscritos e impressos.
Texto Manuscrito
No ambiente escolar ou mesmo acadêmico, a forma mais usual de produzir um texto é escrevendo-o à mão. Para que o texto seja bem entendido pelos leitores, o autor deve tomar cuidado com:

a) Letra

Para ser eficiente na comunicação, a letra deve ser sempre legível, e não necessariamente "bonita". Caracterizam a letra ilegível:
Desenho: A maneira como se escrevem as letras faz parte de uma convenção social que deve ser respeitada. Argumentos do tipo: "Eu escrevo meu M assim", "Esse é o meu jeito de escrever o T", etc, são inaceitáveis. Existe um formato básico que admite pequenas variações individuais, as quais não podem fugir do padrão.
Espaçamento: Espaços muito grandes ou muito pequenos entre as letras de uma palavra podem torná-la ilegível.
Tamanho: A dificuldade de leitura de um texto manuscrito decorre muitas vezes do tamanho desproporcional das letras: ou se escrevem muito grandes, ou tão pequenas que não se consegue ler.

b) Indicação de parágrafo

Para indicar o começo do parágrafo, faz-se um ligeiro afastamento da margem esquerda. Nesse aspecto, os textos costumam apresentar dois tipos de problema: ausência do afastamento na primeira linha do parágrafo ou falta de uniformidade na indicação do início do parágrafo.

c) Margens

Procure manter um pequeno espaço à direita e à esquerda do papel, faça margens regulares e separe corretamente as sílabas.

d) Rasuras

A apresentação é o seu cartão de visitas. Um texto rabiscado pode causar no leitor uma impressão negativa. Para que o texto termine limpo e sem rasuras, é importante fazer todas as alterações que você julgar necessárias no rascunho.

Texto Impresso

Ao utilizar um processador de textos, num computador, você terá à disposição uma série de recursos gráficos. Assim, você poderá escolher a letra de acordo com a família ou estilo, o tipo e o tamanho.

a) Família ou Estilo

De acordo com o objetivo e o gênero do texto, escolhe-se a letra mais adequada. Normalmente, utiliza-se Times (Times New Roman).

b) Tipo

Em cada família, encontram-se variações de tipo. Existem três tipos básicos. São eles:
Redondo: tipo de letra normal, encontrado em vários estilos. Ex.: casa
Itálico: letra inclinada (geralmente para a direita). Costuma ser empregada para dar ênfase a determinadas palavras ou expressões, para distinguir palavras estrangeiras, títulos de obras, etc. É conhecida também como grifo. Ex.: casa
Negrito: letra mais grossa que o normal. É empregada para realçar alguma palavra ou parte de um texto. Conhecida também como bold, é usada sobretudo em títulos e subtítulos. Ex.: casa

c) Tamanho

De acordo com o gênero, o portador de texto (jornal, revista, livro) e o realce que se pretende dar ao texto (ou parte dele) podem ser usadas letras em tamanhos diferentes. Em linguagem tipográfica, o tamanho de uma letra é chamado de corpo.

2 - ADEQUAÇÃO À NORMA CULTA

As pessoas não falam nem escrevem sempre do mesmo jeito. A comunicação é determinada por uma série de fatores. De acordo com quem você conversa (interlocutor) ou para quem você escreve (leitor), de acordo com o contexto (lugar) em que ocorre a comunicação, de acordo com o tipo de texto, muda-se a maneira de falar e de escrever.
Há situações em que você se comunica com mais informalidade (ao fazer anotações, ao conversar na Internet, etc). Nesses casos, não existe uma preocupação maior com a correção gramatical, pois se trata de uma escrita mais espontânea.
Há outras situações em que a comunicação escrita se realiza com mais formalidade (ao escrever um requerimento, um anúncio, uma poesia, etc.). Nesses casos, você deve se preocupar com a organização do texto e com a correção quanto à grafia, acentuação, pontuação e concordância. Assim, o texto deve atender às convenções e às regras da norma culta da língua escrita.

3 - CONCISÃO

Um dos problemas que normalmente comprometem o desempenho de um texto escrito é a presença desnecessária de palavras, expressões ou formas de comunicação próprias da língua falada. A concisão ocorre quando utilizamos o mínimo de palavras para transmitir determinada informação.

4 - COESÃO

A coesão é a organização interna de um texto, a qual nos permite entendê-lo sem perder a noção de conjunto. Os vários segmentos do texto devem estar relacionados entre si, de forma que propiciem ao leitor a plena compreensão do conteúdo abordado. Para que a coesão ocorra, cada frase deve manter um vínculo com a anterior, com ela formando sequência, para conservar o fio do pensamento. Além da preocupação com o que foi dito anteriormente, é preciso também olhar para diante, para a próxima frase, pois ela pode conter um esclarecimento sobre a anterior.

20 de abr. de 2009

Português na História

Curiosamente, o português surgiu da mesma língua que originou a maioria dos idiomas europeus e asiáticos. Com as inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial existente acabou subdividida em cinco ramos: o helênico, de onde veio o idioma grego; o românico, que originou o português, o italiano, o francês e uma série de outras línguas denominadas latinas; o germânico, de onde surgiram o inglês e o alemão; e finalmente o céltico, que deu origem aos idiomas irlandês e gaélico. O ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a outras diversas línguas atualmente faladas na Europa Oriental.

O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas: o latim clássico, que era empregado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, senadores, etc.), e o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo. O português originou-se do latim vulgar, que foi introduzido na península Ibérica pelos conquistadores romanos. Damos o nome de neolatinas às línguas modernas que provêm do latim vulgar. No caso da Península Ibérica, podemos citar o catalão, o castelhano e o galego-português, do qual resultou a língua portuguesa.

O domínio cultural e político dos romanos na península Ibérica impôs sua língua, que, entretanto, mesclou-se com os substratos lingüísticos lá existentes, dando origem a vários dialetos, genericamente chamados romanços (do latim romanice, que significa "falar à maneira dos romanos"). Esses dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até constituirem novas línguas. Quando os germânicos, e posteriormente os árabes, invadiram a Península, a língua sofreu algumas modificações, porém o idioma falado pelos invasores nunca conseguiu se estabelecer totalmente.

Somente no século XI, quando os cristãos expulsaram os árabes da península, o galego-português passou a ser falado e escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos originados pelo contato do árabe com o latim. O galego-português, derivado do romanço, era um falar geograficamente limitado a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo aos atuais territórios da Galiza e de Portugal. Em meados do século XIV, evidenciaram-se os falares do sul, notadamente da região de Lisboa. Assim, as diferenças entre o galego e o português começaram a se acentuar. A consolidação de autonomia política, seguida da dilatação do império luso consagrou o português como língua oficial da nação. Enquanto isso, o galego se estabeleceu como uma língua variante do espanhol, que ainda é falada na Galícia, situada na região norte da Espanha.

As grandes navegações, a partir do século XV d.C. ampliaram os domínios de Portugal e levaram a Língua Portuguesa às novas terras da África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe), ilhas próximas da costa africana (Açores, Madeira), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), Oceania (Timor) e América (Brasil).

A Evolução da Língua Portuguesa

Destacam-se alguns períodos:

1) Fase Proto-histórica

Compreende o período anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade usada apenas em documentos, por esta razão também denominada de latim tabeliônico).

2) Fase do Português Arcaico

Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos distintos:

a) do século XII ao XIV, com textos em galego-português;

b) do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português.

3) Fase do Português Moderno

Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características do português atual. A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de Oliveira publicou a primeira gramática de Língua Portuguesa, a "Grammatica de Lingoagem Portuguesa". Seu estilo baseava-se no conceito clássico de gramática, entendida como "arte de falar e escrever corretamente".

19 de abr. de 2009

"Por que" - "Por quê" - "Porquê" - "Porque"


POR QUE (separado e sem acento circunflexo) nos seguintes casos:

a) Nas frases interrogativas (quando escrevemos no início das frases) e quando equivale à "razão", "motivo" e "causa

Por exemplo:Por que você não varreu o chão?Por que você brigou com seu amigo?E as meninas, por que não vieram conosco?

b) Quando pudermos substituí-lo por "pelo qual", "pelos quais", "pela qual", "pelas quais".

Por exemplo:Os caminhos por que percorri foram muitos. (= Os caminhos pelos quais percorri foram muitos.)As atrocidades por que foi submetido tornaram ele em um homem rude. (= As atrocidades pelas quais foi submetido tornaram ele um homem rude.)



OBSERVAÇÃO

Após os vacábulos "eis" e "daí", subentende-se a palavra "motivo", isso justifica a grafia da palavra separadamente. Por exemplo:Daí por que não aceitei seu pedido de desculpas. (= Daí o motivo por que não aceitei seu pedido de desculpas.)Eis por que estou tão alegre. (= Eis o motivo por que estou tão alegre.)



POR QUÊ (separado e com acento circunflexo) no final de frases que tenham apenas um ponto (final, interrogativo, exclamativo,...) depois dele. Por exemplo:Levantaste só agora por quê?Eles não sabem por quê.Não me pergunte outra vez, já disse que não sei por quê!



PORQUÊ (junto e com acento circunflexo) quando essa palavra for usada como substantivo e for antecedida por artigo. Por exemplo:Não sei o porquê de sua atitude tão grosseira.O porquê da discussão não foi esclarecido até agora.Contaram a ela o porquê de sua demissão.



PORQUE (junto e sem acento circunflexo) quando introduzimos uma explicação e uma causa:Não fale alto porque o bebê está dormindo. (explicação)Não foi à aula porque estava com febre. (causa)




Onde e Aonde



- "Onde"

indica o lugar em que algo ou alguém está. Refere-se, normalmente, a verbos que indicam estados de permanência. Equivale à expressão "em que lugar". Por exemplo:Onde está seu filho?Onde iremos nos hospedar?Não sei onde ficaremos nas férias de inverno.Onde você estacionou o carro?



2 - "Aonde" indica movimento, aproximação. Equivale à expressão "a que lugar". Por exemplo:Aonde ele vai?Aonde você quer chegar?Aonde devo ir para comprar esses produtos?Não sei aonde ir para vê-la.



Mas e Mais



1 - "Mas"

é uma conjunção adversativa e equivale a "porém", "contudo", "entretanto", "no entanto". Por exemplo: Fez muita força para abrir a porta, mas não conseguiu.



2 - " Mais" pode atuar como pronome ou advérbio de intensidade, opondo-se geralmente a "menos". Por exemplo: Ela fez mais trabalhos durante o ano. A Alemanha é um dos países mais ricos do mundo.



"Há" ou "A"?



Na indicação de espaço de tempo, podemos usar tanto "há" quanto "a", mas cada um tem uso específico. Usamos "há", quando se trata de um espaço de tempo que já passou. Por exemplo:Ele saiu de casa há duas horas.Meu pai aposentou-se há dez anos.Nesse caso, podemos substituir "há" por "faz". Observe as construções:Ele saiu de casa faz duas horas.Faz dez anos que meu pai aposentou-se.



Usamos "a" quando se trata de um espaço de tempo que está por vir. Por exemplo:Ele chegará daqui a duas horas.Eles voltarão da viagem daqui a um mês.



"Está a par" ou "está ao par"?



1 - "A par" possui sentido de "estar ciente", "estar bem-informado", "ter conhecimento". Por exemplo:Eles não estavam a par das últimas notícias.Ficamos a par de tudo o que ocorreu naquela noite.



2 - Ao par só é usado para indicar equivalência entre valores cambiais. Por exemplo:O real está ao par do dólar.



"Senão" ou "Se não"?



1 - Usamos "Senão"

em frases que indicam:- do contrário / de outro modo. Por exemplo:Fala, senão ficarás de castigo.- mas sim. Por exemplo:Seu cabelo não era nem louro nem preto, senão ruivo.- exceto, salvo, a não ser. Por exemplo:Todos os alunos, senão Joana, foram aprovados.- defeito, falha. Por exemplo;Não encontrei nenhum senão em seu trabalho.



2 - Usamos "Se não" em frases que indicam condição, alternativa, incerteza, dúvida. Por exemplo:Se não for à festa, avise com antecedência. (condição)Havia três crianças brincando, se não quatro. (incerteza)



Esse - Este - Aquele


Os pronomes demonstrativos indicam a posição de um ser qualquer em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo, no espaço e no pensamento. Os pronomes demonstrativos também podem ser flexionados em gênero, número e pessoa. Para cada uma das formas do discurso, há um demonstrativo neutro, invariável, que são: isto, isso, aquilo. Para esclarecer quando devemos usá-los é preciso citar algumas regras, visto que há mais de um aspecto a ser considerado, tais como

Com relação à localização de seres no espaço:a) Devemos usar "ESTE" (esta, isto) se estivermos nos referindo a algo que está perto da pessoa que está falando. Por exemplo:Este meu casaco está desbotado.Ganhei este anel do meu namorado.Supõe-se que o casaco e o anel estão próximos de quem fala, por isso empregamos o pronome demonstrativo "este".



b) Devemos usar "ESSE" (essa, isso) se estivermos nos referindo a algo que está próximo da pessoa com quem se fala. Por exemplo:Por favor, alcance-me esses livros que estão à sua frente.Você vai sair com esse tênis?



c) Devemos usar "AQUELE" (aquela, aquilo) quando estivermos nos referindo a algo que está distante de quem fala e de quem escuta. Por exemplo:Quero aquela boneca que está em cima do armário.Aquele olhar me fascina! -

Com relação ao tempo:

a) Devemos usar o pronome demonstrativo "ESTE" e suas flexões com relação ao tempo presente ou ao tempo decorrente. Por exemplo:Este ano compraremos um carro.Quero que este verão seja menos quente que os outros verões.Esta tarde estou feliz.

b) Devemos utilizar o pronome demonstrativo "ESSE" e suas flexões com o tempo passado ou futuro próximo em relação à época em que a pessoa fala. Por exemplo:Esse foi o dia que ocorreu o incêndio.Esses dias encontrei Joana na rua.Ano passado tive graves problemas de saúde. Não gosto de me lembrar desse ano.Essa noite será especial para todos.

c) Devemos utilizar "AQUILO" e suas flexões para nos referirmos a um passado distante. Por exemplo:Tenho saudades da minha infância, aquele sim era um tempo bom.Conheci meu marido em um baile há 25 anos, aquela foi a melhor festa de minha vida.Naqueles tempos não havia tanta corrupção. - No discurso, os pronomes demonstrativos são eficientes elementos de coesão entre o que se está falando e o que já foi dito ou irá dizer adiante. Devemos usar "ESTE" e suas flexões para adiantar o que se vai dizer ou para remeter a um termo imediatamente anterior. Por exemplo:Nossa cidade está com muitos problemas, dentre os quais estes: falta de iluminação, de segurança e de saneamento básico.Você conhece estes versos: "Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá..."?Não sei qual o melhor lugar para morar: zona rural ou zona urbana? Acho que esta (última = zona urbana) oferece mais opções de trabalho e estudo.Quando falei com Maria, esta ficou extremamente feliz.- Outro caso importante ocorre quando queremos retomar elementos já mencionados utilizando os pronomes demonstrativos. Por exemplo:O amor, o respeito e a gratidão devem fazer parte da vida do homem. Aquele, por impedir o ódio, esse, por demonstrar educação e este por promover a solidariedade. - Na elaboração de cartas, os pronomes demonstrativos "ESTE", "ESTA" referem-se ao local em que se encontra quem está escrevendo a carta. Os pronomes demonstrativos "ESSE", "ESSA" referem-se ao local em que se encontra o destinatário. Por exemplo:Este município tem o prazer de convidar todos os agricultores dessa cidade para participar da Festa do Moranguinho.






Bem-me-quer, malmequer



Atenção para essas expressões. Devemos escrever bem-me-quer separado e com hífen, mas devemos escrever a expressão malmequer junto



"Mal" ou "Mau"?



1 - "Mal" pode ser um substantivo ou um advérbio. Como substantivo, quer dizer "aquilo que é nocivo, prejudicial" ou então "doença", "epidemia". Observe os exemplos:Sofre desse mal desde os oito anos de idade.Não há motivos para para praticarmos o mal.Ele fez mal ao menino.Como advérbio, mal pode ter o sentido de "de modo irregular", "de modo errado", "pouco", "escassamente". Por exemplo:Chegou em casa e mal olhou para a esposa.Aquela criança era muito mal-educada.O aluno lê e escreve muito mal."Mal" é, em quase todos os casos, antônimo de bem: praticar o mal / praticar o bemas coisas vão mal / as coisas vão bemescreve mal / escreve bemmal-educada / bem-educadamal vestido / bem vestidomal-organizado / bem-organizadomal planejado / bem planejadomal-interpretado / bem-interpretado



2 - "Mau" é um adjetivo, antônimo de bom. Pode, como todo adjetivo, ser substantivado (nesse caso, aparece acompanhado por um artigo):Disseram que ele era mau-caráter.Os maus-exemplos não devem ser seguidos.Seu amigo não é um mau indivíduo.



"Tenho de..." ou "Tenho que?"



1 - Usa-se "Tenho de" quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse. Por exemplo:Temos de lutar por nossos direitos.O diretor da escola terá de dar explicações sobre o aumento de seu salário.O expediente tem de acabar as seis horas da tarde.Eles tinham de avisar a mãe que iriam sair.O gerente teve de indenizar todos os ex-funcionários.



2 - Usa-se "Tenho que" para expressar possibilidade. Por exemplo:Talvez você tenha que buscar sua irmã na escola hoje.É possível que ele tenha que fazer uma operação.



Neologismos e Gírias




A língua está sempre se modificando: palavras novas, das mais diversas origens, são incorporadas ao idioma e logo absorvidas pelos falantes, que passam a utilizá-las no seu processo diário de comunicação. Simultaneamente, o avanço tecnológico, os modismos, as invenções exigem a criação de novas palavras. Às vezes, palavras antigas podem ganhar uma nova significação, um novo sentido. Surgem, assim, os neologismos.
Os neologismos podem ser criados a partir de palavras da própria língua do país (como as palavras "presidenciável" e "carreata", por exemplo) ou a partir de palavras estrangeiras ( "roqueiro" e "deletar", por exemplo).
No processo de criação de palavras novas, merecem destaque as gírias, que surgem num determinado grupo social e, por sua expressividade, acabam sendo incorporadas `a linguagem coloquial de outras camadas sociais.
A gíria é um fenômeno de linguagem especial que consiste no uso de uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua. Pode ser empregada no intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo que a adota dos demais, muitas vezes criando um jargão próprio. Assim, como uma expressão idiomática, é uma palavra que se caracteriza por não permitir a identificação do seu significado através de seu sentido literal. Por essa razão, também não é possível traduzi-la para outra língua de modo literal. As gírias geralmente se originam de acordo com a cultura e peculiaridades de cada região.
É importante observar que a gíria é uma linguagem de uso passageiro: ao entrar em desuso, a mensagem pode se tornar incompreensível. Portanto, ao escrevermos um texto informativo, devemos evitá-las. As gírias podem comprometer a clareza, bem como a permanência do texto escrito, gerando complicações.


Aqui vão alguns exemplos:


Gíria
Explicação

13 ou 22
Cara louco, doido, maluco.

38 (lê-se trinta-e-oito ou três-oitão)
Arma de fogo bastante comum no Brasil, principalmente de forma ilegal.

171 (lê-se um-sete-um)
Estelionatário. Refere-se ao artigo número 171, que versa sobre estelionato.

Abraçar jacaré
Dar-se mal, encontrar-se em situação controversa.

Alcagüete ou Alcagüeta
Pessoa dedo-duro, delatora.

Animal
Muito legal, radical.