19 de abr. de 2009

"Por que" - "Por quê" - "Porquê" - "Porque"


POR QUE (separado e sem acento circunflexo) nos seguintes casos:

a) Nas frases interrogativas (quando escrevemos no início das frases) e quando equivale à "razão", "motivo" e "causa

Por exemplo:Por que você não varreu o chão?Por que você brigou com seu amigo?E as meninas, por que não vieram conosco?

b) Quando pudermos substituí-lo por "pelo qual", "pelos quais", "pela qual", "pelas quais".

Por exemplo:Os caminhos por que percorri foram muitos. (= Os caminhos pelos quais percorri foram muitos.)As atrocidades por que foi submetido tornaram ele em um homem rude. (= As atrocidades pelas quais foi submetido tornaram ele um homem rude.)



OBSERVAÇÃO

Após os vacábulos "eis" e "daí", subentende-se a palavra "motivo", isso justifica a grafia da palavra separadamente. Por exemplo:Daí por que não aceitei seu pedido de desculpas. (= Daí o motivo por que não aceitei seu pedido de desculpas.)Eis por que estou tão alegre. (= Eis o motivo por que estou tão alegre.)



POR QUÊ (separado e com acento circunflexo) no final de frases que tenham apenas um ponto (final, interrogativo, exclamativo,...) depois dele. Por exemplo:Levantaste só agora por quê?Eles não sabem por quê.Não me pergunte outra vez, já disse que não sei por quê!



PORQUÊ (junto e com acento circunflexo) quando essa palavra for usada como substantivo e for antecedida por artigo. Por exemplo:Não sei o porquê de sua atitude tão grosseira.O porquê da discussão não foi esclarecido até agora.Contaram a ela o porquê de sua demissão.



PORQUE (junto e sem acento circunflexo) quando introduzimos uma explicação e uma causa:Não fale alto porque o bebê está dormindo. (explicação)Não foi à aula porque estava com febre. (causa)




Onde e Aonde



- "Onde"

indica o lugar em que algo ou alguém está. Refere-se, normalmente, a verbos que indicam estados de permanência. Equivale à expressão "em que lugar". Por exemplo:Onde está seu filho?Onde iremos nos hospedar?Não sei onde ficaremos nas férias de inverno.Onde você estacionou o carro?



2 - "Aonde" indica movimento, aproximação. Equivale à expressão "a que lugar". Por exemplo:Aonde ele vai?Aonde você quer chegar?Aonde devo ir para comprar esses produtos?Não sei aonde ir para vê-la.



Mas e Mais



1 - "Mas"

é uma conjunção adversativa e equivale a "porém", "contudo", "entretanto", "no entanto". Por exemplo: Fez muita força para abrir a porta, mas não conseguiu.



2 - " Mais" pode atuar como pronome ou advérbio de intensidade, opondo-se geralmente a "menos". Por exemplo: Ela fez mais trabalhos durante o ano. A Alemanha é um dos países mais ricos do mundo.



"Há" ou "A"?



Na indicação de espaço de tempo, podemos usar tanto "há" quanto "a", mas cada um tem uso específico. Usamos "há", quando se trata de um espaço de tempo que já passou. Por exemplo:Ele saiu de casa há duas horas.Meu pai aposentou-se há dez anos.Nesse caso, podemos substituir "há" por "faz". Observe as construções:Ele saiu de casa faz duas horas.Faz dez anos que meu pai aposentou-se.



Usamos "a" quando se trata de um espaço de tempo que está por vir. Por exemplo:Ele chegará daqui a duas horas.Eles voltarão da viagem daqui a um mês.



"Está a par" ou "está ao par"?



1 - "A par" possui sentido de "estar ciente", "estar bem-informado", "ter conhecimento". Por exemplo:Eles não estavam a par das últimas notícias.Ficamos a par de tudo o que ocorreu naquela noite.



2 - Ao par só é usado para indicar equivalência entre valores cambiais. Por exemplo:O real está ao par do dólar.



"Senão" ou "Se não"?



1 - Usamos "Senão"

em frases que indicam:- do contrário / de outro modo. Por exemplo:Fala, senão ficarás de castigo.- mas sim. Por exemplo:Seu cabelo não era nem louro nem preto, senão ruivo.- exceto, salvo, a não ser. Por exemplo:Todos os alunos, senão Joana, foram aprovados.- defeito, falha. Por exemplo;Não encontrei nenhum senão em seu trabalho.



2 - Usamos "Se não" em frases que indicam condição, alternativa, incerteza, dúvida. Por exemplo:Se não for à festa, avise com antecedência. (condição)Havia três crianças brincando, se não quatro. (incerteza)



Esse - Este - Aquele


Os pronomes demonstrativos indicam a posição de um ser qualquer em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo, no espaço e no pensamento. Os pronomes demonstrativos também podem ser flexionados em gênero, número e pessoa. Para cada uma das formas do discurso, há um demonstrativo neutro, invariável, que são: isto, isso, aquilo. Para esclarecer quando devemos usá-los é preciso citar algumas regras, visto que há mais de um aspecto a ser considerado, tais como

Com relação à localização de seres no espaço:a) Devemos usar "ESTE" (esta, isto) se estivermos nos referindo a algo que está perto da pessoa que está falando. Por exemplo:Este meu casaco está desbotado.Ganhei este anel do meu namorado.Supõe-se que o casaco e o anel estão próximos de quem fala, por isso empregamos o pronome demonstrativo "este".



b) Devemos usar "ESSE" (essa, isso) se estivermos nos referindo a algo que está próximo da pessoa com quem se fala. Por exemplo:Por favor, alcance-me esses livros que estão à sua frente.Você vai sair com esse tênis?



c) Devemos usar "AQUELE" (aquela, aquilo) quando estivermos nos referindo a algo que está distante de quem fala e de quem escuta. Por exemplo:Quero aquela boneca que está em cima do armário.Aquele olhar me fascina! -

Com relação ao tempo:

a) Devemos usar o pronome demonstrativo "ESTE" e suas flexões com relação ao tempo presente ou ao tempo decorrente. Por exemplo:Este ano compraremos um carro.Quero que este verão seja menos quente que os outros verões.Esta tarde estou feliz.

b) Devemos utilizar o pronome demonstrativo "ESSE" e suas flexões com o tempo passado ou futuro próximo em relação à época em que a pessoa fala. Por exemplo:Esse foi o dia que ocorreu o incêndio.Esses dias encontrei Joana na rua.Ano passado tive graves problemas de saúde. Não gosto de me lembrar desse ano.Essa noite será especial para todos.

c) Devemos utilizar "AQUILO" e suas flexões para nos referirmos a um passado distante. Por exemplo:Tenho saudades da minha infância, aquele sim era um tempo bom.Conheci meu marido em um baile há 25 anos, aquela foi a melhor festa de minha vida.Naqueles tempos não havia tanta corrupção. - No discurso, os pronomes demonstrativos são eficientes elementos de coesão entre o que se está falando e o que já foi dito ou irá dizer adiante. Devemos usar "ESTE" e suas flexões para adiantar o que se vai dizer ou para remeter a um termo imediatamente anterior. Por exemplo:Nossa cidade está com muitos problemas, dentre os quais estes: falta de iluminação, de segurança e de saneamento básico.Você conhece estes versos: "Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá..."?Não sei qual o melhor lugar para morar: zona rural ou zona urbana? Acho que esta (última = zona urbana) oferece mais opções de trabalho e estudo.Quando falei com Maria, esta ficou extremamente feliz.- Outro caso importante ocorre quando queremos retomar elementos já mencionados utilizando os pronomes demonstrativos. Por exemplo:O amor, o respeito e a gratidão devem fazer parte da vida do homem. Aquele, por impedir o ódio, esse, por demonstrar educação e este por promover a solidariedade. - Na elaboração de cartas, os pronomes demonstrativos "ESTE", "ESTA" referem-se ao local em que se encontra quem está escrevendo a carta. Os pronomes demonstrativos "ESSE", "ESSA" referem-se ao local em que se encontra o destinatário. Por exemplo:Este município tem o prazer de convidar todos os agricultores dessa cidade para participar da Festa do Moranguinho.






Bem-me-quer, malmequer



Atenção para essas expressões. Devemos escrever bem-me-quer separado e com hífen, mas devemos escrever a expressão malmequer junto



"Mal" ou "Mau"?



1 - "Mal" pode ser um substantivo ou um advérbio. Como substantivo, quer dizer "aquilo que é nocivo, prejudicial" ou então "doença", "epidemia". Observe os exemplos:Sofre desse mal desde os oito anos de idade.Não há motivos para para praticarmos o mal.Ele fez mal ao menino.Como advérbio, mal pode ter o sentido de "de modo irregular", "de modo errado", "pouco", "escassamente". Por exemplo:Chegou em casa e mal olhou para a esposa.Aquela criança era muito mal-educada.O aluno lê e escreve muito mal."Mal" é, em quase todos os casos, antônimo de bem: praticar o mal / praticar o bemas coisas vão mal / as coisas vão bemescreve mal / escreve bemmal-educada / bem-educadamal vestido / bem vestidomal-organizado / bem-organizadomal planejado / bem planejadomal-interpretado / bem-interpretado



2 - "Mau" é um adjetivo, antônimo de bom. Pode, como todo adjetivo, ser substantivado (nesse caso, aparece acompanhado por um artigo):Disseram que ele era mau-caráter.Os maus-exemplos não devem ser seguidos.Seu amigo não é um mau indivíduo.



"Tenho de..." ou "Tenho que?"



1 - Usa-se "Tenho de" quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse. Por exemplo:Temos de lutar por nossos direitos.O diretor da escola terá de dar explicações sobre o aumento de seu salário.O expediente tem de acabar as seis horas da tarde.Eles tinham de avisar a mãe que iriam sair.O gerente teve de indenizar todos os ex-funcionários.



2 - Usa-se "Tenho que" para expressar possibilidade. Por exemplo:Talvez você tenha que buscar sua irmã na escola hoje.É possível que ele tenha que fazer uma operação.



Neologismos e Gírias




A língua está sempre se modificando: palavras novas, das mais diversas origens, são incorporadas ao idioma e logo absorvidas pelos falantes, que passam a utilizá-las no seu processo diário de comunicação. Simultaneamente, o avanço tecnológico, os modismos, as invenções exigem a criação de novas palavras. Às vezes, palavras antigas podem ganhar uma nova significação, um novo sentido. Surgem, assim, os neologismos.
Os neologismos podem ser criados a partir de palavras da própria língua do país (como as palavras "presidenciável" e "carreata", por exemplo) ou a partir de palavras estrangeiras ( "roqueiro" e "deletar", por exemplo).
No processo de criação de palavras novas, merecem destaque as gírias, que surgem num determinado grupo social e, por sua expressividade, acabam sendo incorporadas `a linguagem coloquial de outras camadas sociais.
A gíria é um fenômeno de linguagem especial que consiste no uso de uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua. Pode ser empregada no intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo que a adota dos demais, muitas vezes criando um jargão próprio. Assim, como uma expressão idiomática, é uma palavra que se caracteriza por não permitir a identificação do seu significado através de seu sentido literal. Por essa razão, também não é possível traduzi-la para outra língua de modo literal. As gírias geralmente se originam de acordo com a cultura e peculiaridades de cada região.
É importante observar que a gíria é uma linguagem de uso passageiro: ao entrar em desuso, a mensagem pode se tornar incompreensível. Portanto, ao escrevermos um texto informativo, devemos evitá-las. As gírias podem comprometer a clareza, bem como a permanência do texto escrito, gerando complicações.


Aqui vão alguns exemplos:


Gíria
Explicação

13 ou 22
Cara louco, doido, maluco.

38 (lê-se trinta-e-oito ou três-oitão)
Arma de fogo bastante comum no Brasil, principalmente de forma ilegal.

171 (lê-se um-sete-um)
Estelionatário. Refere-se ao artigo número 171, que versa sobre estelionato.

Abraçar jacaré
Dar-se mal, encontrar-se em situação controversa.

Alcagüete ou Alcagüeta
Pessoa dedo-duro, delatora.

Animal
Muito legal, radical.






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